logo IMeN

Probióticos - Histórico e Conceitos

Nutricionista Anna Christina Castilho
Nutricionista Clínica do IMeN – Instituto de Metabolismo e Nutrição
Especialista em Nutrição Clínica
Especialista em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP/EPM

Os primeiros estudos científicos sobre probióticos datam do começo deste século com o trabalho de Metchnikoff, do Instituto Pasteur. Esse investigador postulou que os probióticos produziam efeitos benéficos no hospedeiro, porque antagonizavam bactérias perniciosas no intestino 5,6 . A hipótese inicial sobre os probióticos propunha que as cepas bacterianas que aderissem à superfície da mucosa intestinal de forma mais eficiente seriam mais benéficas para os seus portadores 7 .

O termo probiótico foi definido inicialmente como: “organismos vivos que quando ingeridos exercem efeito benéfico no balanço da flora bacteriana intestinal do hospedeiro” e ampliado posteriormente para: “organismos vivos que quando ingeridos em determinado número exercem efeitos benéficos para a saúde” 8 . A definição atual é a seguinte: "suplemento alimentar microbiano vivo, que afeta de forma benéfica seu receptor, através da melhoria do balanço microbiano intestinal" 5,7 .

Segundo o “Institute of Medicine of the U.S National Academy of Sciences”, qualquer alimento ou ingrediente alimentar que possa exercer efeito benéfico no organismo pode ser considerado alimento funcional 9 .

O termo alimento funcional foi introduzido, inicialmente, no Japão, em meados dos anos de 1980 10 e até esta data, era o único país que havia formulado um processo de regulação específico para os alimentos funcionais, conhecidos como Alimentos para Uso Específico de Saúde - FOSHU (“Foods for Specified Health Use”). Estes alimentos são qualificados e trazem um selo de aprovação do Ministério da Saúde e Previdência Social japonês 11 . Atualmente, cerca de 250 produtos estão licenciados como alimentos FOSHU no Japão e desde 1999 este mercado tem mostrado um imenso crescimento, graças à grandes empresas e coorporações internacionais que investiram fortemente em publicidades e projetos educacionais para a população 12,13 .

Dentre as inúmeras classes de alimentos funcionais estão os chamados probióticos que são alimentos processados com microrganismos vivos que ingeridos exercem efeito benéfico na flora bacteriana do hospedeiro. O grupo dos probióticos merece atenção especial, uma vez que estudos comprovam que esses alimentos têm efeito sobre o equilíbrio bacteriano no intestino e, desta forma, atuam no controle de várias doenças como diarréia, câncer, colesterolemia; atua na resposta imunológica, além de contribuir para maior e melhor absorção de nutrientes, aumento da tolerâncias à lactose entre outros 14 . Escherich, um reconhecido cientista, afirmou que a interação entre o hospedeiro e as bactérias é muito importante e que a competição da microbiota intestinal é essencial para a saúde e bem estar do ser humano 15 .

Na análise da legislação e segundo critérios de classificação clínica e ou experimental, podemos visualizar a clara relação entre a conceituação e a função dietoterápica desse grupo de alimentos.

Referências Bibliográficas:

1) COSTA, N.M.B. e BORÉM, A. Biotecnologia em Nutrição – saiba como o DNA

pode enriquecer os alimentos. São Paulo: ed Nobel, 2003.

2) HASLER, C.M. Functional Foods: their role in disease prevention and health

promotion. Food Technology, v52, n11, p 63-70, 1998.

3) TIRAPEGUI, J. Introdução. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. São

Paulo: Atheneu, p. 1, 2002

4) Supplement to The American Journal of Gastroenterology. Functional

Significance of the Bowel Microflora in Gastrointestinal Health: Proceedings

of a Roudtable Discussion. Jan 2000,vol 95, n 1.

5) FULLER R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol, 1989, 66, 365-

378.

6) PENNA F.J, FILHO L.A.P, CALÇADO A.C, JUNIOR H.R, NICOLI J.R. Bases

experimentais e clínicas atuais para o emprego dos probióticos. J Pediatr

(RJ) 2000; Suppl. 2:209S-17S.

7) ROLFE R.D. The role of probiotic cultures in the control of gastrointestinal

health. J Nutr 2000;130 Suppl. 2S:396S-402S.

8) BRADY L.J, GALLAHER D.D, BUSTA F.F. The role of probiotic cultures in the

prevention of colon cancer. J Nutr 2000;130 Suppl. 2S:410S-4S.

9) SIMHON A, DOUGLAS J.R, DRASAR B.S, SOOTHILL J.F. Effect of feeding

on infants' faecal flora. Arch Dis Child 1982; 57:54-8.

10) HASLER C.M. Functional Foods: their role in disease prevention and health

promotion. Food Technology, v52, n11, p 63-70, 1998.

11) COSTA N.M.B. e BORÉM, A. Biotecnologia em Nutrição – saiba como o DNA

pode enriquecer os alimentos. São Paulo: ed Nobel, 2003.

12) YAMAGUCHI P. Understanding The FOSHU Market. Functional Foods &

Nutraceuticals. Nov, 2001.

13) NAKAJIMA K. Regulation Nation. Functional Foods & Nutraceuticals. Jan, 2004.

14) BORGES, V.C. Alimentos funcionais: probióticos e prebióticos. Impacto dos

Alimentos Funcionais para a saúde Nutrição em Pauta. São Paulo, n. 48, p.

17-18, maio/junho, 2001b.

15) CARVALHO, G. Nutrição, probióticos e disbiose, Nutrição Saúde e Performace.

São Paulo, n. 14, p. 36-37, 2001

IMeN - Instituto de Metabolismo e Nutrição
Rua Abílio Soares, 233 cj 53 • São Paulo • SP • Fone: (11) 3287-1800 • 3253-2966 • administracao@nutricaoclinica.com.br